AZEITE PURO, ADITIVADO OU CACHAÇA?

AZEITE PURO, ADITIVADO OU CACHAÇA? - Publicado originalmente aqui mesmo em 29.08.2007

Ainda estou impactado com a mensagem pregada pelo Pastor Ubirajara Crespo, na última segunda-feira, dia 27, durante o Culto de Posse da Diretoria da UNIPEC aqui em Cubatão, em uma reunião de pastores, com participação eclética, que variava de tradicionais históricos a pentecostais e neopentecostais.

Deixando de lado toda a questão solene que transcorreu dentro do planejado, o louvor que tocou nossos corações e as justas homenagens prestadas pela instituição aos seus colaboradores, não posso deixar de comentar o laço estratégico, no bom sentido, preparado por Deus para aquela reunião.

Foi como o pai de família que, aproveitando o fato de todos estarem reunidos em um dia de aniversário, não perde a oportunidade de fazer uma reunião para "lavar a roupa da família", e diga-se de passagem, colocar as coisas em ordem.

A espada da Palavra cortou para todos os lados, não escapou ninguém. O pastor Ubirajara Crespo foi o homem certo, usado por Deus na hora certa, no lugar certo e para as pessoas certas.

Vale ressaltar que Ubirajara Crespo vem de linhagem tradicional histórica, porém, por ter sido alcançado pelo mover sobrenatural do Espírito Santo, navega hoje em águas pentecostais, portanto, falou com conhecimento de causa e sem constrangimentos.

Você deve estar se perguntando:
O que tudo isso tem a ver com esse título esdrúxulo?
Não se preocupe, daqui a pouco eu digo!

O texto ministrado foi o de Zacarias 4: A quinta visão - O castiçal de ouro e as sete lâmpadas.

A restauração da nação passa pela restauração do templo.

Resumidamente, a mensagem versou sobre a unidade ideal da Igreja e a colcha de retalhos em que a transformamos, quando a bem da verdade, a mesma deveria ser vista pelo mundo como um só pano, por inteiro.

A espada cortou exatamente no ponto nevrálgico da questão; na supervalorização dos detalhes particulares, ou seja, nas questiúnculas denominacionais, em detrimento do principal conteúdo que nos une.

A Palavra trouxe à tona o quanto nos digladiamos; a partir do estilo de saudação, liturgia, formas administrativas e outras amenidades, mas que na verdade, transformam-se em barreiras intransponíveis no dia a dia.

Não nos conformamos com o óleo puro do Espírito Santo emanado diretamente do trono da graça de Deus mas, para marcar nosso diferencial, oferecemos à Igreja os "aditivos denominacionais", na verdade, invencionices e modismos que criamos para justificar nossos próprios motins, rebeliões e motivações escusas. Algumas dessas motivações, inicialmente acobertadas pela humildade de todo começo, revelam-se com o crescimento do novo grupo religioso, quando vem à tona o orgulho, a soberba, o desejo de comando material, financeiro e político. Amigos, a espada esmiuçou tanto, que chegou às raias daqueles que vendem as almas das ovelhas, digo, os votos do rebanho, no estilo por cabeça, de porteira fechada.

Pura bobagem!

O azeite puro como o ouro, não precisa ser aditivado com nossos próprios ingredientes. É suficientemente capaz para realizar sobrenatural de Deus na Sua Igreja.

Mas e a cachaça, onde fica?

Pior do que aditivar, Ubirajara Crespo levou-nos a meditar naqueles que estão vendendo gato por lebre, ou seja, em vez de óleo do Espírito, estão injetando combustível falso na Igreja, isto me fez sentir o cheiro das heresias tão comentadas ultimamente, principalmente nos arraiais da blogosfera cristã.

O Pastor Ubirajara contou-nos um exemplo de singular simbologia que passo a relatar:

Quando era professor no Seminário, fez uma viagem com seus alunos à cidade litorânea de Caraguatatuba. Isto se deu na época do racionamento de combustível, quando os postos fechavam às 10 da noite. Quando perceberam, havia acabado o álcool combustível da perua Kombi e os postos já estavam fechados. Ubirajara, como líder precisava achar uma solução, quando então teve a idéia de comprar quatro litros de cachaça e colocar no tanque da Kombi. Originalmente a idéia foi maravilhosa, pois a cachaça contém álcool, tem o cheiro do álcool e até mesma cor. Todos se maravilharam! Assim acontece também com as heresias, no princípio tudo são flores. Muito bem, colocaram a cachaça na Kombi, ligaram o motor que pegou na hora, fez um belo barulho, todos se alegraram e entraram na Kombi, só que o carro não andou cem metros e o motor morreu.

É isso que acontece quando ministramos combustível falsificado. Há barulho, falsa alegria, mas a coisa não anda, não sai do lugar. Criamos uma falsa expectativa daquilo que não vai acontecer. Fala-se de cura, mas não tem cura, de libertação, mas não tem libertação. Falsa propaganda gerada por um combustível falsificado.

Diante do exposto, fomos aconselhados a não inventarmos nada, não criar nada mas, simplesmente voltarmos às bases, ao óleo puro do Espírito, sem aditivos ou falsificações.

Deus nos colocou na roda, tradicionais históricos e neopentecostais, calvinistas e arminianos. A espada mexeu desde os rebuscados sermões teológicos aos gritos pentecostais vazios de poder, da fria liturgia tradicional aos místicos amuletos neopentecostais.

Que coisa boa, ninguém saiu do templo apontando o dedo, teve carapuça para todos. O bom da Palavra ministrada com unção, sob a revelação do Espírito Santo, é exatamente isto. A gente apanha, sente dor na alma, bem lá no cantinho entre a alma e o espírito, e ainda chora de alegria, e, se for pentecostal sai falando em línguas estranhas.

"Não por força nem por violência, mas pelo meu Espírito, diz o Senhor" - Zacarias 4:6

Foi o que aconteceu segunda-feira.
Muito obrigado Senhor!

Continue abençoando e usando Seu servo Ubirajara Crespo.